sábado, 29 de dezembro de 2012

Segunda Fase do Projeto Táxi Elétrico em São Paulo: Mais Oito Táxis Nissan LEAF

Numa postagem anterior aqui neste blog, sob o título: "O Nissan LEAF em Testes no Brasil" informou-se que, no Brasil, os testes comerciais com VEs (veículos elétricos) começaram efetivamente em 11/06/2012, a partir da entrada em operação de duas unidades do Nissan LEAF na frota de táxis de São Paulo. As duas unidades do Nissan LEAF pioneiras foram parte do programa piloto de um projeto de iniciativa da Prefeitura de São Paulo para analisar a viabilidade do uso de carros elétricos no transporte público da cidade.

Pois bem, no começo foram apenas duas unidades do Nissan Leaf importados do Japão e cedidos pela marca para empresas de frotas de táxis na cidade, disponíveis no ponto entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, circulando apenas dentro do mini Anel Viário de São Paulo.mas, recentemente houve um incremento desse projeto, aumentando número carros da mesma marca que estão circulando na cidade.

No balanço do projeto piloto, que teve início em junho deste ano e foi o primeiro da América do Sul, as duas unidades inicialmente disponíveis transportaram cerca de 2400 passageiros. Cada carro percorreu mais de 10 mil km, com uma média de 6 horas rodadas de segunda a sexta-feira.

Nesta segunda fase, iniciada em Dezembro/2012, são mais oito veículos disponíveis, que irão compor frotas de táxis que fazem parte de mais duas regiões da cidade, totalizando, agora, dez táxis VEs. Além da Avenida Paulista e da Rua da Consolação, agora há pontos também na Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini e em frente ao Teatro Municipal.

Os taxistas poderão abastecer os automóveis durante o dia em um dos cinco postos de carga rápida que estão instalados nos estacionamentos das concessionárias Nissan na Lapa, no Tatuapé, na Vila Guilherme, na Vila Olímpia e na Vila Prudente. Os taxistas continuarão a ter acesso aos carregadores instalados nas sedes das empresas de táxi, que levam até 8 horas para ter a carga completa.

Todos estes carros elétricos circulando na frota de táxi continuam a fazer parte do projeto piloto chamado Táxi Elétrico que nasceu, com o objetivo de disseminar essa modalidade, de um convênio entre a prefeitura, a Nissan, a AES Eletropaulo e a Associação de Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax).

De acordo com representantes de empresas que fazem parte desta parceria, o investimento feito até agora foi de pouco mais de 1 milhão de reais na instalação de todo o sistema. Uma boa parte deste investimento em infraestrutura foi feito pela AES Eletropaulo, empresa responsável pela geração e pela distribuição de energia elétrica para a cidade de São Paulo e que é a única empresa até agora responsável por administrar os postos de recargas dos carros elétricos.

Projetado para atender às necessidades definidas no projeto, o Nissan LEAF tem autonomia de 160 km com uma única recarga, além de conforto interno e potência semelhante aos dos veículos à combustão, sendo que o modelo que não emite poluentes e é silencioso.

"O Nissan LEAF marcou a história da indústria automotiva por ser o primeiro veículo 100% elétrico no mundo vendido em larga escala", conta François Dossa, vice-presidente de Administração e Finanças da Nissan do Brasil. "Temos certeza que o Projeto Piloto de Táxi Elétrico de São Paulo irá colaborar ainda mais para os planos de criação de incentivos para a comercialização dos VEs no país..." O Nissan Leaf  tem correspondido a aproximadamente algo em torno de 20% das vendas mundiais de VEs.


Motoristas experientes:


Na primeira etapa de implantação do projeto dos táxis elétricos na cidade de São Paulo as empresas, em parceria com as frotas, selecionaram dois motoristas  experientes e gabaritados para conduzirem os veículos pelas ruas da capital paulista. Estes motoristas acabaram ganhando um treinamento todo especial para que o projeto realmente desse certo, até porque o veículo possui algumas diferenças de condução.

Além disso, os condutores também estão tendo contato direto com a Nissan para que eles possam tirar as principais dúvidas que possam surgir durante a condução do carro e também para relatar diretamente a montadora qualquer problema que o veículo possa ter. Além do projeto ter como objetivo principal permitir que os motoristas e passageiros de táxi tenham a possibilidade de andar em um VE o projeto também deseja começar a tornar a ideia dos carros elétricos mais popular por aqui.

Além de sustentável, o primeiro carro elétrico a ser comercializado em larga escala no mundo é supereconômico. O gasto médio para abastecer o carro com eletricidade é de R$ 0,05 por quilômetro rodado. É por esses motivos que o veículo ganhou o coração de Alberto Jesus Ribeiro, taxista há 20 anos e um dos escolhidos para pilotar a novidade pelas ruas da capital. Para “encher o tanque”, ou melhor a bateria, ele gasta R$ 8,59. “O gasto com o carro é realmente baixo, às vezes, chego a gastar R$ 5 ou R$ 6 só para completar a bateria. Além disso, é bastante silencioso e simples de dirigir. No começo, estranhei um pouco a precisão do freio”, conta o taxista.

Briga para andar:


Além de todos esses predicados, Alberto ainda cita o sucesso que o veículo faz na rua. É tanta procura pelo elétrico que até briga pela corrida ele já presenciou. “Semana passada na Av. Angélica duas mulheres me pararam ao mesmo tempo e começaram a discutir para ver quem pegava o táxi. As duas faziam questão de andar no elétrico, não queriam nenhum outro”, conta o motorista achando graça.

A disputa pelo Leaf táxi tem sido grande principalmente por conta da disponibilidade do carro. Afinal não é nada fácil encontrá-los na rua ou mesmo solicitar uma das duas unidades existentes. Mas esta semana, a Nissan entregou mais oito veículos à prefeitura, que serão distribuídos entre algumas empresas frotistas da capital, dando início à segunda fase do projeto piloto.

A Eletropaulo também inaugura mais cinco pontos de recarga rápida para o abastecimento das baterias, que pode ser feito no máximo em 30 minutos. Até então, havia apenas dois carregadores “caseiros” que demoravam até 8 horas para completar a bateria de íon-lítio de 90 kW, que possui 160 km de autonomia. O abastecimento do carro elétrico é um dos pontos que mais o diferencia dos modelos com motor a combustão. Alberto, por exemplo, teve que se adaptar a uma nova rotina do veículo.

“No início, a bateria durava apenas algumas horas, porque eu pisava muito. Depois percebi que o ideal é rodar com ele entre 70 km/h e 80 km/h. Aprendi que poderia fazer a bateria render se deixasse o carro na banguela sempre que possível”, conta. No entanto, o Leaf possui sistema de freio regenerativo que realimenta a bateria, sempre que é acionado.


Autonomia:


A autonomia da bateria, na opinião do taxista, é a única coisa que poderia ser melhorada. “Eu rodo com ele umas 5, 6 horas por dia. Depois trago o carro para a empresa para recarregar e continuo o meu trabalho com o Fiat Siena convencional”, relata Alberto, que defende o aumento de elétricos nas ruas da capital.

Apesar de ser uma das principais preocupações na hora de dirigir um carro elétrico, a energia elétrica que move os modelos da Nissan que estão sendo utilizados como Táxis na cidade de São Paulo  tem autonomia para rodar até 160 m quando estiver quando a bateria completamente carregada, o que atenderia bem qualquer paulistano que roda em média 50Km por dia. Mas, para aqueles que fazem do carro seu próprio negócio, essa autonomia pode ser pouca. "Se a média de quilometragem ultrapassar esse limite, os postos de recarga rápida resolverão", diz José Antonio Nunes, 67 anos, um dos outros escolhidos para pilotar a novidade.

A Participação do Poder Público:


O prefeito Gilberto Kassab, que participou da cerimônia de entrega dos novos veículos, afirmou que o uso dessa tecnologia é o caminho não só para São Paulo, mas também para o Brasil. Disse que, depois da primeira fase de testes, a cidade tem de ter como objetivo um plano diretor que aumente de maneira expressiva a quantidade de táxis elétricos. "É algo que não está na rotina das pessoas, mas quando a sociedade vê que está sendo implantada apoia totalmente."

Kassab sugeriu ainda às organizações que participam do projeto que procurem o novo prefeito, Fernando Haddad, e proponham uma ampliação "para que, em quatro anos, a cidade tenha 300 táxis elétricos".

Eu nem preciso dizer que, verdadeiramente, torço para que um plano diretor da prefeitura e, uma consequente ampliação do projeto Táxi Elétrico em São Paulo, realmente venha a acontecer.


Fontes: 


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