quinta-feira, 27 de junho de 2013

Compreendendo a Normalização Para Carregamento de Veículos Elétricos dos EUA e da Europa

Eu estava justamente em meio a elaboração desse artigo quando eu fui surpreendido pelo anúncio da publicação e da entrada em vigor, desde do dia 3 de junho de 2013, da Norma Técnica Para Recarga de Veículos Elétricos no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Até então, nós não tínhamos norma própria e, toda e qualquer especulação era válida, olhando para como se encaminhavam as normas estrangeiras, especialmente nos EUA e na Europa.

Confesso que eu já sabia da tendência de nós seguirmos para  lado da norma europeia, mas também confesso conhecer bem os mercados brasileiros de máquinas e equipamentos (e o mercado dos VEs, ao que me parece, não fugirá a isso), que na prática, sempre nos forçam a conviver com ambas as normas, como se fossem nativas.

Então eu precisei parar de escrever esse artigo, até poder me sentir bem acercado a respeito da nova norma brasileira, a norma ABNT NBR IEC 61851-1:2013, cujos detalhes sobre a publicação pode ser vistos nesta outra postagem: ABNT Publica Norma Técnica Para Recarga de Veículos Elétricos no Brasil.

Todavia, a qualquer momento, voltarei a fazê-lo. Até breve.

saudações

André Luis Lenz

Para a indústria automobilística dos EUA, o documento que rege para carregamento de veículos elétricos (VE) é a Society of Automotive Engineers (SAE) padrão J1772. Na Europa, o padrão é IEC 61851.

Aqui neste blog, em diversas postagens que eu indicarei, pode-se obter resenhas sobre essas duas normas da indústria automotiva, a SAE J1772 e a IEC 61851, com informações técnicas adicionais sobre o carregamento, detalhes elétricos e mecânicos dos conectores e os protocolos empregados nas estações de carregamento.

É exatamente a isso que ambas as normas se dirigem: definir as tensões e correntes admissíveis e o protocolo de conexão que as estações de carregamento dos VEs devem seguir para operar de maneira eficiente e segura.

Terminologias IEC 61851 e J1772:


A norma IEC61851 usada na Europa e na China foi obtida a partir J1772 e tem requisitos semelhantes, porem adaptados para as Tensões de Linha de Corrente Alternada (Tensões de C.A. que estão disponíveis nas tomadas) europeias e asiáticas. 

As diferenças de terminologia são mais superficiais. Sempre que a norma SAE descreve "métodos" e "níveis", o padrão IEC discorre sobre "modos", mas que são praticamente as mesmas coisas.

Por exemplo, tal qual a J1772 Nível 1, a IEC61851 Modo 1 define os seus níveis tensões e correntes admissíveis. Ambas referem-se ao tipo Carregamento Doméstico dos VEs mais simples que existe disponível e, muitos dos novos VEs já vêm de fábrica acompanhados de um sistema de carregamento de nível 1 (ou modo 1, denominado popularmente, em língua inglesa, como Trickle Charger Cable).

Refere-se ao carregamento doméstico de VEs a partir de uma alimentação de rede energia elétrica monofásica (ou bifásica) de no máximo 250 V ou trifásica de 480 V (em ambos os casos referindo-se a C.A.), com uma corrente máxima de 16 Ampère. (Isto é um pouco mais atual do que o limite da América do Norte, que é de 12 Ampère).

Comparando os dois padrões referidos acima, constata-se que a única diferenças que exigem alguma maior preocupação é quanto aos requisitos de aterramento, que são mais exclusivas. 

Já, quando falamos do Modo 2 utiliza as mesmas tensões como o Modo 1, mas dobra a corrente máxima permitida para 32 A (o mesmo que o método 2 da América do Norte). É importante ressaltar que o Modo 2 acrescenta a exigência de uma "função de piloto de controle" (mais sobre isso abaixo). Também requer um integrante de falta à terra do interruptor (GFI), que os europeus chamam de um detector de corrente residual (RCD). Modo 3 suporta o carregamento rápido com correntes de até 250 A. Acima disso, como com J1772, IEC61851 muda para uma fonte CC externa que pode fornecer até 400 A.


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